sábado, 17 de janeiro de 2009

Infância??? ê tempinho bommmmmm!!!

Ê tempinho bom!! Fazíamos shows de calouros, apresentações de musicas, bandas famosas, desfiles onde a vencedora saia pelas ruas em um carrinho de mão enfeitados de flores de são João. Os desfiles sempre aconteciam na casa do vei Vital, um senhor que tinha uma orelha enorme e vendia caixão, o mesmo era avô de Fátima uma outra amiga mais velha, não tendo local para realizar os desfiles consequentemente desfilávamos em cima dos caixões do vei vital, o mesmo ficava doido quando pegava agente lá estragando seus caixões. Lembro-me que quando as meninas gritavam lá vem o véi Vital! todo mundo saia correndo. Há! As roupas que desfilávamos era todas confeccionadas por Helane e Fátima tudo em segredo absoluto, como o tio de Fátima forrava sofá, os restos dos panos a qual os sofás era forrados, elas pegavam para confeccionar as roupas. Lembro-me quem sempre ganhava os desfiles era Viviane minha tia, ela era pequenininha e Helane adulava ela então era a que ficava mais bonita, sempre Fátima ficava com raiva, pois Darla sua sobrinha nunca ganhava. Helane, Viviane, Fátima cresceu ficaram moças e eu não compreendia porque elas não brincava mais, mesmo assim continuei com minha turma, só que agora quase todas da mesma idade.
É incrível relembrar desses tempos, eu acreditava que seria cantora quando crescesse, tínhamos até uma banda que se chamava LOUCURA TOTAL os instrumentos eram feitos de sucata, ensaiávamos a semana toda para cantar nos finais de semana para a turma da rua.
Minha infância foi marcada por diversas brincadeiras, a nova tecnologia ainda não havia chegado até nós, fazendo com que nossos tempos estivessem voltados somente para as brincadeiras de rua. As tecnologias que usávamos neste tempo era somente quando brincávamos de show de calouros, pois fizemos uma grande descoberta, sentíamos que éramos quase um Galileu ao descobrir que um fone de ouvido afixado na radiola poderia ser transformado em um microfone, portanto colocava a radiola na porta da casa de Geane e a turma toda da rua dois de julho aparecia para vir nos escutar e participar dos shows.
Havia também as épocas da moda de cada brincadeira, tinha o tempo para brincar de amarelinha (macaco), elástico, giribita, salva-latinha, esconde-esconde, cantiga de roda, taco, baleado, dama, pista, entre outras.
A cultura não envelhece; ela se adapta à realidade, portanto não é difícil falar de uma tradição que perpassa anos e anos “as paneladas”, acontecem da seguinte maneira: reuni na casa de uma das amigas, para planejar quais alimentos íamos pedir na feira livre, sempre realizada aos domingos no Tanque de Manelinho, limpava-se o local antecipadamente, uma festa! A brincadeira é tão divertida que não importava se a comida estava cheirando a fumaça, ou arroz cru e até mesmo com gosto de queimado. Até nos dias atuais perpetuamos esta tradição, uma vez no ano reunimos as amigas de infância que ainda residem aqui na nossa cidade para fazer a panelada, só que agora vamos com filhos, sobrinho e primos, não deixando esta tradição morrer.
Há e quando íamos para o quintal da casa de Angélica, lá havia uma goiabeira maravilhosa. as goiabas que nasciam dali tinha um gosto todo especial, há qual já experimentei várias mais nenhuma tem o gosto das goiabas do quintal de Angélica. Nesta mesma goiabeira, era local certo para montarmos nossos circo e para brincar na sua sombra. Lembro-me o dia que Angélica caiu de uma altura de dois metros, estávamos competindo quem conseguia pegar a maior goiaba, a coitada despencou de lá daqueles dois metros, o tombo foi estrondante, todos corremos para cima achando que ela havia morrido, sua mãe deu um banho de água gelada e ela ficou boazinha, por sorte não aconteceu nada grave.
Houve épocas que dávamos uns de engenheiro eu, Angélica, Igor e Fabinha construíamos casas com palha, sisal e papelão, fizemos até um carro com as rodas de um velocípede, madeira e cabo de vassoura, este carro era o sucesso da rua todos queriam ver e andar.
Não poderia deixar de lembrar de Manuela, das nossas aventuras. A sua irmã sempre trazia roupas fantasias de São Paulo, motivo de muitas festas brincadeiras, lembro-me que eu estava de mal de Manuela e a moda era brincar de barbie e cada grupo tinha seu local demarcado para brincar, o melhor lugar era no fundo da casa de Manuela, pois lá havia umas rochas lindas com verdadeiras piscinas naturais, que parecia que foi feita exclusivamente para as barbies. Como eu estava de mal de Manuela consequentemente não podia brincar na sua piscina foi ai que travei uma briga com ela de puxão de cabelos e chutes, sei que sair toda machucada, como não queria sair por baixo paguei um menino da rua para fazer cocô nas piscinas da barbie de Manuela. Ela ficou doida chorou e só veio descobrir tempos depois que eu que havia pagado o menino para fazer aquilo. Relembrando ainda nossas aventuras, um dia chamei Manuela para tomar banho na minha casa, quando ela estava toda ensaboada mandei ela ir embora daquele jeito, e para vingar Manuela fez o mesmo comigo dias depois.


Acredito que a forma como vivi minha infância, contribuiu muito para que me tornasse a adulta equilibrada e bem resolvida que sou. Pois tive o privilegio de crescer cercada de carinhos e atenção. A mim foi permitido que eu fosse simplesmente criança.
Assim, considero que minha infância fornece elementos ricos de memórias, onde busco formas de me relacionar com meus alunos, proporcionando a eles oportunidades para desenvolver atividades lúdicas e de criação cultural, permitindo-lhes crescer sem deixar de ser crianças, descobrindo o mundo através do brincar e das relações mais variadas com o ambiente, com os objetos e com as pessoas, principalmente nas relações que estabelecem com seus pares.
Quando penso na minha infância, vejo o quanto eu sou uma pessoa de sorte, pois como bem dizia o saudoso Mário de Andrade a criança deve brincar por brincar, experimentando a arte e o direito ao ócio, a preguiça. Eu tive tudo isso, brinquei de construir castelos, fiz bonecos de barro, subi em árvores, brinquei na chuva, andei descalço, ou simplesmente fiquei parada, só olhando as imagens que se formava nas nuvens.

Danila Dourado..

4 comentários:

Lauro Adolfo disse...

Excelente Danila! Gostei demais de sua descrição. Você escreve muito bem. Dá até para ficar com saudade de minha infância. Você tem uma sensibilidade amorosa, apaixonada, terna. Em suma, você se tornou um ser humano maravilhoso. Grande percepção das coisas. Vá em frente garota. Você merece a grandeza.

Lu Bernardo disse...

Olá Danila,
Passei pra agradecer sua visita no Blog. Obrigada pelo carinho.
Realmente a infancia é uma época maravilhosa. Cheia de sonhos, descobertas e vontade de ser feliz sem medo de nada.
Que Deus te abençoe sempre.
Bjs - Lu Bernardo

Paula Souza... disse...

è Danila em si falando de
infância vem logo em mente a minha. quantas brincadeiras, cantigas de rodas, danças e um mundo cheio de alegrias, paz , tempo onde ñ havia maldade, falsidade , tudo era belo, mravilhoso.em suma vc conseguiu
atingir um mundo onde só restou grandes recordações e uma delas é vc. me lembro muito bem do seu jeitinho tímido e maluquinha, mas
também muito inteligente e q
graças a "Deus" ainda estou aqui
para compartilhar contigo momentos como esse. doro vc , que "Deus" te abençoe hj e sempre. bju grande

Paula Souza... disse...

DE Paula Souza para Danila
postagem SuperinteressnteIbititá.