domingo, 11 de abril de 2010

A Pessoa Certa...

Pensando bem
Em tudo o que a gente vê, e vive, ouve e pensa
Não existe uma pessoa certa para nós
Existe uma pessoa
Que se parar-mos para pensar
É, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa
Faz tudo certo
Chega na hora certa,
Fala as coisas certas,
Faz as coisas certas,
Mas nem sempre nós estamos a precisar das coisas certas.
Aí esta na hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada faz-te perder a cabeça
Fazer loucuras
Perder as horas
Morrer de amor
A pessoa errada, é na verdade,aquilo que nós chamamos
da pessoa certa
Essa pessoa vai fazer-te chorar
Mas uma hora depois vai estar la para te enxugar as lágrimas
Essa pessoa vai tirar-te o sono
Mas vai te dar em troca coisas inesquecíveis
Essa pessoa talvez te magoe
E depois enche-te de mimos a pedir-te perdão
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao teu lado
Mas vai estar 100% da vida dela esperando por ti
Vai estar o tempo todo a pensar em ti.
A pessoa errada tem que aparecer para todos nós
Porque a vida não é certa
Nada é certo
O que é certo mesmo, é que temos que viver
Cada momento
Cada segundo
Amando, sorrindo, chorando,pensando, agindo,querendo,
conseguindo...
E só assim
Iremos entender que só assim...
É que as coisas fazem sentido para nós...

Poema de : Luís Veríssimo

sábado, 10 de abril de 2010

a vendedora de sonhos...

Falar da minha infância e me redescobrir em quanto pessoa que sou hoje. lembro-me com muito carinho da casa de Manuela . Manuela era uma das minhas melhores amigas . Neide muito batalhadora vendia sonhos e geladinho na escola durante o recreio , mais em especial hoje refletindo sobre essa Vendedora de sonho me recordo que adorava dormir na casa de Manuela e acordar bem cedinho para espiar aqueles bolinhos crescendo em baixo do pano de prato, em questão de minutos o cheiro já povoava a rua dois de Julho . Minha boca salivava de vontade de degustar as bolinhas que cresciam em meio a fervura do óleo, que de uma cor clara transformava-se em uma cor brilhante amarronzada.
Não sei bem porque esse bolinho se chama SONHO, mais deve ter um sentido proposital pois o mesmo mexe com a imaginação, quando se tem a oportunidade de presenciar sua preparação “Uma verdadeira obra prima”, mais na verdade o sonho que sempre sonhei era de acordar todos os dias na casa de Manuela só pra sentir aquele cheirinho e saborear aquela maravilha. Há Neide quando estava na escola sempre gritava assim para os alunos: - EU VENDO SONHOS ...

Canto a Patativa (Centenário)

A cem anos destes dias
Nas terras do Ceará
Uma criança nascia
Cantando em vez de chorar
Em sua alma trazia
O doce dom de rimar

A rima vinha do dia
Da cor do sol, do luar
Da mãe quando lhe sorria
Da flor que ia brotar
Dos olhos que descobria
A missão de enxergar

"Em cada galho uma rima
Em cada rima uma flor"
E a criança crescia
Cantando verso em louvor
Ao sertão, à virgem Maria
São José e Nosso senhor

Defendia o nordestino
Com o seu dom de cantar
Cantava sempre sorrindo
A sua terra “natá”
Valorizando o “cabôco”
Que não podia estudar

Se não fosse o sertão
e o povo para plantar
Macaxeira, milho, feijão
Como é que ia sustentar
a família e o cidadão
Nascido na “capitá”?

Denunciava em poesia
A tal discriminação
A tremenda estripulia
Do político ladrão
Exigindo todo respeito
Aos pobres deste sertão

Em sua humilde casinha
Viveu com muita alegria
Dinheiro mesmo, nem tinha
mas ricos foram seus dias
Junto de dona Belinha
E sua eterna poesia

Tão simples como um botão
Da mais pequenina flor
Nascida lá no sertão
Do povo trabalhador
Encantam o coração
As rimas do cantador

Também cantava a dor
a agonia e o lamento
do meu sertão sofredor
de gente de sentimento
coração cheio de amor
e vida de sofrimento

Trazia desde criança
O dom de sua missão
Cantando desde a infância
Pro povo desse sertão
Enchendo de esperança
Todo e qualquer coração

O canto mais verdadeiro
Venceu todo pré-conceito
Dos letrados brasileiros
Que não tiveram outro jeito
A não ser reconhecer
Poeta mais-que-perfeito

E a sua poesia então
O mundo já circulou
Das quebradas do sertão
A cidade conquistou
Do mais simples cidadão
Ao mais erudito doutor

Os versos desse poeta
De feijão, mio e paioça
De beleza mais repleta
Das quebradas lá da roça
Traduzido em forma completa
Em países da Europa

As letras em português
Com sotaque do Ceará
Traduzidas pro Francês
Nem consigo imaginar
Italiano talvez,
Consiga até se cantar

Poeta o teu lamento
É comprovação da verdade
Que poesia é talento,
Amor e capacidade
Estudo de pouco tempo
Estudado em universidade

Teu sertão, teu lindo Brasil
E as terras do teu Ceará
te abraçam grande poeta
que continua a cantar
os versos de amor e vida
no canto da patativa
“Cante lá, que eu canto cá”

"Educação não é mercadoria!"

"Das empresas bem administradas afloram conselhos proveitosos para as escolas. Nada disso fere a sacrossanta nobreza da educação nem a complexidade e a delicadeza dos seus processos. De fato, as melhores escolas seguem tal figurino"
Aluno não é "matéria-prima" . Nem "cliente"! Escola não é empresa! O "produtivismo" é inaceitável. E por aí afora. Educadores fervorosos não se cansam de denunciar a mercantilização do ensino. As palavras são usadas como taca pes, na esperança de abater os infiéis. Existem tais assombrações?
Há escolas que se declaram empresas (e ninguém demonstrou se são melhores ou piores do que as demais). Porém, o presente ensaio não se dirige a elas. Em vez disso, considera a "empresa" como uma metáfora para entender o "processo produtivo" (mais uma heresia!) de qualquer escola. Tais conceitos se revelaram úteis na economia e podem ser aplicados na educação pública, mesmo sem considerá-la como atividade empresarial.
As empresas têm toda a liberdade de definir o seu "produto". Rolls-Royces? Ladas? Cirurgias cardíacas? Rolex? Relógios de camelô? As escolas também: ensino para poucos? Ou para muitos? Ensino de violino? Uma vez definido o produto, faz todo o sentido obter o máximo resultado com o mínimo de gastos. Isso vale na "fabricação" de hóstias, seminaristas, doutores ou macarrão. Igualmente, é preciso controlar a qualidade e avaliar os resultados. Para isso, há inspetores de qualidade na fábrica e a Prova Brasil na educação. Nas artes, consideram-se os prêmios. Se isso é "produtivismo" , três vivas para ele.
Das empresas bem administradas afloram conselhos proveitosos para as escolas: clareza ao definir (poucas) metas e assegurar que sejam compartilhadas (por diretores, alunos e professores) ; avaliação dos processos; e a regra pétrea de que é preciso tomar providências quando os resultados não correspondem ao esperado. Nada disso fere a sacrossanta nobreza da educação nem a complexidade e a delicadeza dos seus processos. De fato, as melhores escolas seguem tal figurino.
Mas podemos ir mais longe, tomando como metáfora o mais poderoso motor da economia de mercado: o lucro ou sua nêmesis, o prejuízo. É fenomenal o poder de prêmios para quem faz melhor e puxões de orelha para quem pisa na bola.
À primeira vista, trata-se de uma heresia a ser afastada das escolas públicas. Mas o lucro é apenas uma das manifestações de bons resultados. A metáfora sugere o vínculo entre desempenho e recompensa. Em vez de lucro, o sucesso pode ser mais pontuação na Prova Brasil . Ou menos deserção. Ou mais alunos aprovados na OAB.
De fato, não é preciso que haja mercados para que existam incentivos. Dentro da empresa não há mercados. O montador do automóvel não compra as peças do almoxarife e depois vende o carro. Por essa razão, as empresas criam incentivos e penalidades para os funcionários, visando a motivar seu comportamento. Está nas livrarias o livro 1001 Maneiras de Premiar Seus Colaboradores.Tais regras internas não são desconhecidas das escolas e vão das medalhas até as medidas drásticas de expulsão.
Obviamente, errando nos prêmios provocamos impactos desastrados. Se apenas penalizamos a repetência, isso pode gerar a aprovação indiscriminada e uma degradação do ensino. É preciso recompensar também a qualidade (como faz o Ideb).
Não se trata de um mercado no sentido convencional, mas do que foi chamado (pelo economista Albert Hirschman) de "quase-mercado" . Onde ele não existe, cria-se uma metáfora do mercado, com metas concretas, prêmios e penalidades para que os desvios sejam automaticamente corrigidos.
Até mesmo os incentivos financeiros podem estar presentes no ensino público. Em menos de meio século o Brasil saiu de uma produção científica próxima de zero e tornou-se hoje o 15º maior "fabricante" de ciência. Sua pós-graduação passou a produzir anualmente quase 10 000 doutores e 40 000 mestres, uma das maiores colheitas do globo. O segredo? Prêmio ou puxão de orelha, acoplados a uma avaliação para decidir quem ganha qual. Há bolsas da Capes e do CNPq, há amplo financiamento da Finep, da Fapesp e de outras agências. Quem brilha ganha mais. Quem tropeça perde. A pós-graduação (que não foi privatizada) opera em um "quase-mercado" criado com inteligência, e que tem apresentado bons exemplos para o restante da educação".
Claudio de Moura Castro é economista