domingo, 6 de dezembro de 2009

Ser ou não ser de ninguém!
Será que você esta no caminho certo? Pense nisto!

Ser ou não ser de ninguém...

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: 'eu sou de ninguém,

eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também'.

No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da

geração 'tribalista' se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo

e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.

A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é!

Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim.

Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio,

onde 'toda ação tem uma reação'.

Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com

a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém.

Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso,

como: desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca

com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de

cumplicidade, carinho e amor.

Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para

dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer

e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter 'alguém para amar'.

Já dizia o poeta que 'amar se aprende amando' e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi

passada nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. O número avassalador de divórcios nos últimos

tempos, só veio a confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo), vendem

na maioria das vezes a idéia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida ésinônimo de frustrações

futuras. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra 'namoro' traga tanto medo e rejeição.
No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior

liberdade e não somos mais obrigados a 'comer sal junto até morrer'. Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou

atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas

escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam.

A questão não é causal, mas quem sabe correlacional. Podemos aprender amar se relacionando. Trocando experiências,

afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos.

E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...

É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas

da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.

Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer...

É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão!!

- Arnaldo Jabor -

Jabor como sempre inspirado,disse grandes verdades!

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